Celebrado em todo o mundo no dia 28 de junho, o Dia do Orgulho LGBTQI+ existe para que as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros, queer e intersexos tenham altivez por quem são e da identidade que possuem como parte da sociedade em que vivem.
A data e o mês precisam ser lembrados, principalmente em meio à pandemia mundial do Coronavírus, porque além da Covid-19 em si, o grupo é vulnerável em relação a alguns aspectos, como o preconceito e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Outra situação negativa que a pandemia trouxe para a população LGBTQI+, segundo o psicólogo Angelo Brandelli Cost (CRP – 07/18867), professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da (PUCRS) é que ela tem sido um álibi para a redução de direitos fundamentais. “Em alguns países do leste europeu já passaram algumas medidas contrárias à população e, como hoje em dia as pessoas estão como foco da atenção em outras situações, como a crise sanitária, social e econômica, acabam conseguindo vulnerabilizar ainda mais esse segmento mais desfavorecido da sociedade, a partir das agendas políticas”, lamenta.
Saúde mental
A saúde mental dessas pessoas é uma das principais demandas atuais, entre as tantas existentes. “Historicamente temos percebido que as pessoas LGBTQI+ têm a saúde mental mais prejudicada quando comparada às pessoas cis e heterossexuais; e isso é fruto do preconceito e da discriminação” explica Cost, e completa: “Precisamos combater o preconceito e a discriminação para garantir estratégias de inclusão para que possamos conseguir tratar a saúde mental delas”.
O psicólogo ressalta que é fundamental que as demandas individuais também devam ser tratadas, mas não com a negação da sexualidade, da diversidade de gênero sexual, mas na afirmação e nos cuidados em relação ao preconceito. “Muito mais que na clínica, precisamos trabalhar o social para que as pessoas não sejam mais acometidas por situações negativas para a saúde mental”.
Questões LGBTQI+ no Brasil
Cost explica que no Brasil o Governo não tem avançado em pautas importantes em relação ao LGBTQI+. Ele considera que ainda faltam muitas políticas públicas sociais em algumas questões, como por exemplo a garantia de moradia após serem desalojadas devido ao preconceito da família, nas escolas é necessário a prevenção ao bullying e a garantia de espaço seguro para a expressão e, principalmente no trabalho, medidas tanto no acesso quanto na manutenção do emprego em sua condição LGBT.