O XI Plenário do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina — 12ª Região (CRP-12) manifesta seu profundo sentimento pelo falecimento do mestre quilombola e ativista político Nego Bispo.
Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí, batizado de Antonio Bispo dos Santos, o militante formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí. Bispo era integrante da rede de mestres e docentes da Universidade de Brasília, representante da Coordenação Estadual e Nacional das Comunidades Quilombolas.
Ele se destacou por seu trabalho político e militante relacionados à causa quilombola e foi autor dos livros “Quilombos, modos e significados”, (2007), e “Colonização, Quilombos: modos e significados” (2015), além de ter escrito poemas e artigos.
Em junho, ele esteve em Florianópolis a convite do CRP-12 para o Seminário “Psicologia e Extremismos Políticos: subjetivações em contextos de violência e ódio”. Na sua fala, Bispo defendeu o poder das comunidades. “Nasceram e nascem tantas outras comunidades, mesmo que queimem a escrita, não queimarão a ancestralidade e a oralidade. O imaginário é do nosso domínio. O povo contra o colonialismo não tem destino, tem o imaginário”.
Neste momento de perda, expressamos nossas condolências à família, aos amigos e aos admiradores, e reafirmamos a importância de honrar seu legado e perpetuar seus pensamentos. Que sua trajetória seja uma inspiração para todas e siga abrindo caminhos decoloniais, que valorizem e reconheçam a potência da sabedoria quilombola. “Saudamos a vida do companheiro que se vai e pedimos licença ao Nego Bispo para celebrar sua vida e seu saber”, exalta a presidente do CRP-12, Yara Maria Moreira de Faria Hornke (CRP-12/08685).
