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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



Despatologização das Transexualidades e Travestilidades: Contribuições da Psicologia


Despatologização das Transexualidades e Travestilidades: Contribuições da Psicologia
2016-08-03

Esse foi o tema do Seminário que lotou o auditório da Fecesc na tarde da sexta-feira (24/6), em Florianópolis. O evento organizado pelo CRP-12 contou com a participação da psicóloga Maria Luiza Rovaris Cidade, que relatou sobre o trabalho da Psicologia no processo transexualizador e os principais impasses e desafios dos psicólogos (as) relacionados à temática. 

“O acompanhamento dos processos transexualizadores ainda requer uma série de reflexões.  A atuação do psicólogo (a) frente a este público deve se pautar no Código de Ética Profissional em defesa da dignidade e promoção da saúde das pessoas transexuais, eliminando qualquer tipo de discriminação”, disse Maria Luiza.

A psicóloga também chamou atenção dos profissionais referente às contribuições fundamentadas ainda em concepções patologizadoras. “Não podemos transformar nossa atuação profissional em mais uma forma de opressão. Nossa intervenção não deve ser baseada em princípios conservadores e moralistas”, frisou. 

Para superar esses desafios, Maria Luiza destacou a importância dos psicólogos se aproximarem dos movimentos sociais para trocar mais experiências e refletir sobre as questões de gênero. “O engajamento com os grupos sociais e atualização permanente da nossa profissão são elementos indispensáveis para os psicólogos (as) que atuam junto às pessoas trans”, ressaltou Maria Luiza.

 A história de João Nery 

O psicólogo e primeiro trans-homem do Brasil João Walter Nery compartilhou sua história de vida.  Em uma época em que não se falava em transexualidade, João Nery ousou e traçou uma busca pela própria identidade.  Ele citou diversos episódios de constrangimento pela inexistência de RG e CPF que comprovava o novo nome. “Eu não podia mais trabalhar como psicólogo, dar aula em universidade nem continuar o meu mestrado. Fui ser pedreiro e pintor de parede, profissões que não precisavam de currículo”, contou. 

Depois de toda a luta para conquistar sua identidade na sociedade, João Nery batizou o projeto de lei (PL 5002/2013) que determina o reconhecimento da identidade de gênero.  Com esse PL, os transexuais podem alterar a documentação no cartório – sem precisar de cirurgia, tratamento hormonal ou laudo psiquiátrico. Atualmente, essa população precisa recorrer à Justiça para efetuar a mudança de nome e gênero. 

Após os debates, João Nery lançou seu livro "Viagem Solitária - Memórias de um transexual 30 depois", que narra a sua infância confusa - do menino tratado como menina.

O evento foi transmitido pela internet e teve participação do público na mesa de debates. Estavam presentes a conselheira e presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRP-12, Yara Hornk; a representante do CRP-12 no Conselho da Comunidade na Execução Penal; Gabriela Rabello; o conselheiro Anderson Schuck; e os colaboradores da Comissão de Direitos Humanos do CRP-12, psicólogo Ematuir Souza e a psicóloga Lia Vainer Schucman.

Assista como foi o evento, neste link:

https://www.youtube.com/watch?v=WjSQHLBSgbY 

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