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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



Evento online debateu estratégias de prevenção ao suicídio em diferentes contextos


Evento online debateu estratégias de prevenção ao suicídio em diferentes contextos
2020-09-22

O CRP-12 realizou o evento online “Interfaces da prevenção ao suicídio” dentro de sua programação mensal de atividades.

 O encontro ao vivo reuniu 50 participantes e aconteceu na quinta-feira (17/9) entre 20 e 21h40 na página do CRP-12 na plataforma Youtube.   

Organizado pelo CRP-12 e desenvolvido pelo CREPOP (Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas), a ação debateu as estratégias de prevenção ao comportamento suicida em diferentes contextos.

Roberta Borghetti Alves (CRP: 12/14756) foi palestrante e mediadora da noite, que contou com as também palestrantes Thaiany Domingues Matos (CRP: 12/16750), Karen Rayany Ródio Trevisan (CRP: 12/14070) e Paola Barros Delben (CRP: 12/14171).

Roberta abriu a noite abordando a importância da capacitação. “É necessário formação e preparo para os profissionais de saúde e psicólogos trabalharem com a prevenção ao suicídio”, salientou a doutora e mestre em psicologia (UFSC) e responsável pelo Programa de Saúde Mental Universitária (ACOLHER) da UNIVALI.

Como estratégias de prevenção ela aponta a formação adequada – e permanente – de profissionais da psicologia para dar o suporte psicológico para a pessoa e também seus familiares; fazer avaliações constantes e disponibilizar e aperfeiçoar o atendimento telefônico para estes pacientes “terem com quem conversar” no momento de angústia profunda.

Segundo a cartilha do suicídio da Fio Cruz, 51% dos casos de suicídio são cometidos em casa.  Não falar no assunto, principalmente a imprensa, também é uma ferramenta de prevenção, conforme o Manual de Imprensa “Comportamento suicida: conhecer para prevenir”, da Associação Brasileira de Psiquiatria (www.abp.org.br/manual-de-imprensa).

Motivos não faltam para desencadear este quadro. Conforme dados apresentados por Paola Barros Delben, os casos de burn out aumentaram 114% nos dois últimos anos no Brasil. Entre os motivos, dificuldades financeiras e problemas profissionais, seja por pressão (e até mesmo perfeccionismo) ou no próprio ambiente de trabalho, como o confinamento, que torna aquele espaço adoecido. Segundo ela, existe muito tabu para falar sobre isso e é preciso achar meios para equilibrar trabalho com bem-estar e qualidade de vida.

Paola acrescentou que, devido à pandemia, algumas empresas melhoraram na preocupação com a qualidade de vida e saúde mental de seus colaboradores. “É preciso ensinar as pessoas a identificar sinais, falar, ter a cultura do feedback”, completa Paola, mestre e doutoranda em psicologia, ambas pela UFSC.

O público infanto-juvenil necessita de atenção especial, pois pessoas nesta faixa-etária exigem mais delicadeza para o diálogo, pois o mundo ainda é lúdico e de fantasia. 

Segundo Thaiany Domingues Matos, como o cérebro ainda não está formado, é preciso atenção para que crianças e adolescentes não sejam expostos a conteúdos que possam levar ao chamado suicídio acidental, provocados por brincadeiras – principalmente na internet - que incitam a mutilação e o suicídio, como Momo, Baleia Azul e o Pateta.  “A criança acredita ser real.  Por isso é necessário saber como foi o acesso a esta brincadeira e ter a supervisão adequada para que estejam seguras”, explica a psicóloga que cursa a especialização no manejo clínico de adolescentes e adultos com ideação suicida e automutilação.

A(o) psicóloga(o) atua nesta construção de identidade para que a transição para fase adulta seja a mais saudável, com foco nas cobranças sociais e precoces, nas relações sociais frágeis e problemas familiares.  O suporte psicológico aos pais é fundamental, pois a criança precisa sentir-se acolhida. “Os pais podem orientar na relação com amigos e ficarem sempre atentos aos sinais, pois desta forma saberão o grau de sofrimento que o filho se encontra”, completa Thaiany.

A formação e cuidado permanente dos profissionais de saúde foram levantados no encontro - ainda mais em 2020 com a pandemia do Coronavírus.  Para “cuidar de quem cuida”, a psicologia é fundamental no ambiente hospitalar. Um dado importante sobre os profissionais de saúde que ganharam notoriedade diante deste cenário foi levantado por Karen Rayany Ródio Trevisan. “Nem todos queriam ser heróis, como se fala, e precisaram de suporte psicológico para lidar com tudo isso”, pontua a pós-graduada em psicologia clínica, professora na Faculdade Cesusc. Também possui MBA em Gestão do Desenvolvimento Humano e Organizacional.

Segundo a profissional, neste clima “pesado” na pandemia ficou ainda mais evidente que é preciso, acima de tudo, valorizar a vida.

A live está disponível no Canal do Youtube do CRP-12: https://www.youtube.com/watch?v=NJZYZ2svgGk

 


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