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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



II Seminário Psicologia do Trânsito debateu políticas públicas, avanços e desafios


II Seminário Psicologia do Trânsito debateu políticas públicas, avanços e desafios
2021-10-06

Organizado pela Comissão Especial de Psicologia do Trânsito e Mobilidade Humana (CEPTMH), aconteceu nos dias 22 e 23 de setembro o II Seminário de Psicologia do Trânsito de Santa Catarina.
O evento foi on-line e contou com palestras, mesa-redonda e minicurso. O objetivo foi debater as políticas públicas, avanços e desafios no trabalho da(o) psicóloga(o) do Trânsito.
Segundo Rafael Frasson, presidente do CRP-12, seminários fortalecem a categoria. “O Conselho tem papel de orientação e é importante que todos participem, conversem, frequentem e tragam propostas. As portas estão abertas. É nosso papel como autarquia que orienta e fiscaliza”, explica.
A primeira palestra, “Avaliação psicológica pericial de condutores: perspectivas com as mudanças na legislação” contou com Roberto Moraes Cruz (CRP - 12/1418) como palestrante.  A mediadora foi Geise Vieira Presa (CRP - 12/3205).
Roberto Moraes Cruz é doutor em engenharia de produção e pós-doutorado em métodos e em epidemiologia. Atualmente é professor e pesquisador do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Roberto abordou a diferença da perícia psicológica para condutores e condutores reincidentes.  A avaliação psicológica abrange atenção, memória, cognição e personalidade. E estes fatores, segundo ele, estariam relacionados à atividade de dirigir. “Portanto, pressupõe que investigar estas questões são importantes e o ato de periciar é verificar estas questões. É verificar as capacidades, as habilidades que construímos sobre aptidões e habilidades mínimas para funcionar de forma adaptativa”, diz.

Segundo o profissional, para manter a resiliência frente a estes pressupostos no trânsito, algumas pessoas demonstram maiores habilidades e outras menores, como estímulos, velocidade e percepção constante.
A mesa-redonda “Resolução CONTRAN nº 425: mudanças e perspectivas” reuniu Adalgisa Lopes Guimarães Pereira (CRP 04-11143) e Daniel Guimarães Medrado de Castro. A mediadora foi a conselheira Simone Ciotta (CRP-12/01515), presidente da comissão organizadora.
Adalgisa Lopes Guimarães Pereira é pós-graduada em Psicologia Educacional e também em Saúde Mental. Atua como Psicóloga do Trânsito em Belo Horizonte (MG). O advogado Daniel Guimarães Medrado de Castro é Mestre e Especialista em Direito Público.
A segunda parte da noite levantou uma nova questão sobre a avaliação psicológica: tem um viés binário, como definiu Daniel. “É apto ou inapto e, portanto, é limitada. Um dos pontos do trabalho é romper esta questão”, diz.
A avaliação psicológica precisa ser mais ampla para, desta forma, perceber revisões da capacidade de dirigir em um período específico.  A legislação hoje só permite, em tese, pela avaliação médica.
Adalgisa corrobora com a afirmação. Segundo a profissional, o processo precisa ser melhorado. “Não podemos mais admitir e fingir que   fazemos. É uma avaliação de “catraca”: passou, não passou, passou. Isto não funciona mais”, completa.
No dia 23 aconteceu a palestra "Os processos neuropsicológicos relacionados ao ato de dirigir". O palestrante foi o psicólogo Neander Abreu (CRP - 03/01809). A mediadora foi a psicóloga e colaboradora do CRP-12, Carla Giovana Dagostini (CRP - 12/00772).
Neander é especialista em Neuropsicologia, Mestre e Doutor em Neurociências e Comportamento. É também Pós-doutor (Oxford).
O profissional aponta que o processo de avaliação é desafiado  para ter efeito a longo prazo e, por isso, existem parâmetros bem definidos para diversas avaliações - como porte de arma - mas a CNH e perícia do trânsito consistem em um desafio. “O acompanhamento dos indivíduos que se envolvem em acidentes são poucos relatados e acompanhados ao longo do tempo. Só fizemos avaliação na entrada. É preciso acompanhar as alterações ao longo do tempo, que comprometem o ato de dirigir”, sugere Neander.
Como exemplo, cita o uso de celular ao dirigir como um equívoco, já que, segundo ele, a capacidade neuropsicológica é limitada.  Existem várias formas de atenção: concentrada, dividida, alternada, inteligência e memória visual. “Temos uma modelação neurofuncional. São circuitos que liberam dopaminas, controles inibitórios e funções executivas. Ou liberam noradrenalina com atenção seletiva”, explica.
O evento está disponível no canal do CRP SC no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=s8c2DzwK-SY&ab_channel=CRPSC

 

 

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