O Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12) promoveu a mesa-redonda “A deficiência intelectual sob o prisma da neuropsicologia”.
As convidadas foram as psicólogas e doutoras Tatiana Izabele Jaworski de Sá Riechi (CRP - 06/79279) e Clarice Peres. A mediadora foi a também neuropsicóloga e doutora Rachel Schlindwein Zanini (CRP - 12/02089).
A live aconteceu no canal do CRP-12 no YouTube na quinta-feira (10/12) e foi organizada pela Comissão da Psicologia e Saúde (CPS). O encontro teve como objetivo debater a deficiência intelectual e os impactos neuropsicológico, social e familiar caracterizados pelo funcionamento cognitivo abaixo do considerado normal.
Tatiana é graduada em Psicologia pela UFPR e tem doutorado em ciências médicas com ênfase em Neurologia (UNICAMP) e pós-doutorado em Psicologia Evolutiva e da Educação pela Universidade de Murcia, Espanha (2014). Além disso, é coordenadora do laboratório de Neuropsicologia da Universidade Federal do Paraná.
Clarice Peres é graduada em Psicologia (ULBRA), doutora pela Universidade de Vigo (Espanha) e atualmente é pesquisadora da Divisão de Psiquiatria da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles (EUA). No Brasil, é membro do Núcleo de Neuropsicologia e Saúde do Hospital Universitário da UFSC.
A deficiência intelectual é um transtorno do neurodesenvolvimento que resulta em uma limitação significativa no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo do portador. Seu início se dá antes dos 18 anos. Estima-se que de 3 a 5% da população mundial possua deficiência intelectual, segundo levantamento da ONU (Organização das Nações Unidas).
Enquanto os problemas de aprendizado são caracterizados por déficits em domínios específicos, a deficiência intelectual corresponde a um transtorno cujo portador apresenta dificuldades globais e não específicos. “Deficiência intelectual é um transtorno de neurodesenvolvimento e de aquisição. Geralmente é precoce no desenvolvimento da criança”, explica Tatiana.
São dificuldades em julgamento social, autogestão do comportamento e das emoções, dificuldade de interação social, poucas habilidades de comunicação, presença de comportamentos disruptivos e agressivos e, ainda, possíveis comorbidades, como transtornos mentais.
Também pode ser chamada de deficiência cognitiva, mas, segundo Clarice, “transtorno de desenvolvimento neurológico” é mais adequado, pois é um sistema mais complexo. “É importante fazer uma longa avaliação para buscar estas causas, do qual deve-se levar em consideração a atenção, memória, linguagem e sistemas neuromotores”, finaliza.
A live aconteceu no canal do CRP-12 no YouTube. Confira a gravação: https://www.youtube.com/watch?v=InIOF5mU6wM