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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



Comissão de Psicologia e Saúde (CPS) promoveu evento on-line para debater a saúde mental em nível terciário


Comissão de Psicologia e Saúde (CPS) promoveu evento on-line para debater a saúde mental em nível terciário
2020-10-15

No dia 08/10 (quinta-feira), o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12) promoveu o debate on-line “Saúde Mental – Nível terciário”, que aconteceu entre 19h30 e 21h no canal do CRP-12 no YouTube.

A live, desenvolvida pela Comissão de Psicologia e Saúde (CPS), proporcionou para psicólogas(os) a oportunidade de conhecer e debater sobre a saúde mental no nível terciário, englobando hospitais gerais e hospitais psiquiátricos especializados.

Este evento contou com a mediação da conselheira Arlete Felizardo Paludo (CRP 12/13776) e com a participação das palestrantes convidadas: Rachel Schlindwein Zanini (CRP 12/02089), doutora em ciências da saúde/medicina (PUC/RS), especialista em neuropsicologia (Conselho Federal de Psicologia) e especialista em psicoterapia cognitivo-comportamental.  Fabíola Langaro (CRP 12/07999) é doutora em psicologia (UFSC) e mestra em psicologia também pela mesma universidade.

A diferença entre atenção básica e o nível terciário foi abordada no encontro. O nível terciário atua com pacientes com transtornos mentais em situação aguda e hospitais gerais e em hospitais psiquiátricos especializados. “Por vezes pedem internação rápida, o que exige tecnologia de alto custo e nível de profissionais especializados”, salienta Rachel, que atende pacientes da neurocirurgia, atividade de alta complexidade, como reabilitação cognitiva.

A diferença entre um paciente com transtorno geral (que vai para o HU) de um que vai para um hospital psiquiátrico está associada a uma condição biomédica, como pacientes com epilepsia com transtorno mental. Segundo Rachel, as atividades da psicologia em nível terciário são várias, como a neuropsicologia,que é aplicadas às cirurgias, como parkinson, bariátricas e serviços de UTI.

A atuação das clínicas-escolas das faculdades de psicologia dentro da rede de saúde também foi abordada. Segundo Fabíola, estas instituições oferecem assistência psicológica, com ampla atuação em toda rede e, como exemplo, cita a inserção de estudantes de psicologia em unidades básicas de saúde, ou em atuação secundária como o CAPS ou estágios de psicologia hospitalar em vários hospitais do estado, como o HU.

“Mesmo assim, pode haver defasagem de profissionais pela alta demanda social. Existem projetos que auxiliam na saúde mental dos próprios profissionais. Enfim, a universidade está presente em pesquisa, extensão e estágios”, completa a profissional, que aponta o adoecimento e seus impactos, a hospitalização e o tratamento em si como foco de seu trabalho.

Fabíola afirmou que existem diversos tratamentos com pacientes com sofrimentos psíquicos em hospitais gerais, como transtornos mentais graves, longo histórico de depressão ou esquizofrenia. São pacientes que precisam de muitos cuidados médicos e clínicos, aliados à necessidade de cuidar da saúde mental.

As psicólogas convidadas  ainda responderam diversas perguntas dos participantes, como as orientações que o neuropsicólogo pode dar à família do paciente, do qual Rachel afirma que o hábito de conversar, além da família, deve ser também com a enfermagem e médicos. “A família deve estar preparada para déficit espacial, ou de equilíbrio, por exemplo. Ou lembretes espalhados, ou mover móveis de lugar. Existem casos progressivos com tratamentos e cura. Outros, porém, não tem cura. A família deve adaptar-se”, explica Rachel.

Outra pergunta interessante é sobre intervenção quando a pessoa e a família negam a doença mental. “Primeiro é preciso entender a família e suas dificuldades sobre lidar com a realidade. Compreender os medos, a fragilidade e a realidade de cada família, pois às vezes a negação é uma forma de defesa”, respondeu Fabíola.

As palestrantes falaram da dificuldade de tratamentos hospitalar no caso da doença de Alzheimer. Rachel falou que é cada vez mais comum o aparecimento de pacientes com surtos psicóticos ou com quadro de demência nas emergências dos hospitais e, mesmo não sendo obrigatório ter especialista durante o plantão, eles são cada vez mais necessários em virtude desta demanda. O Alzheimer é a demência mais frequente hoje no mundo: cerca de cinquenta milhões de pessoas têm doença de Alzheimer.

Fabíola completou afirmando que houve uma grande melhora nos últimos anos, desde o diagnóstico até o tratamento e o aparato tecnológico. “Embora os serviços precisem ser melhorados, como ter diversos especialistas”, completa.

No encerramento Rachel afirmou que a velocidade e a demanda no ambiente hospitalar podem desumanizar as pessoas.

Fabíola falou da importância em trocar informações, em dialogar, olhar a saúde de forma integral. “Fazer uma psicologia com ética, com qualidade e comprometida. Levar a psicologia para equipes de multiprofissionais. Buscar a valorização do SUS”, finaliza.

O evento pode ser conferido no canal do YouTube do CRP-12: https://www.youtube.com/watch?v=-LJxeG2nFGc


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